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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Dia de Caverna

Dia de Caverna.  Camp-Perrin 26.02


Domingao, o dia sagrado. Logo no café da manhã, encontro o Marujo( tradutor, já viajou mais de 42 portos no mundo todo no navio escola da marinha brasileira) me perguntou seu queria conhecer a "Gruta Kounoubwa"...eu que estava com a maior vontade de ir para praia, na hora topei!

A caverna fica a em Camp-Perrin, a uns 2 km do alojamento. O Wagner e o Gaúcho nos acompanharam também. Atravessamos o rio apé, que nessa época do ano está completamente seco, deve ter uns 80-90 metros de largura.

Um haitiano,o Jean Bernard, nos levou até a casa do guia local...por fim éramos em 8, 4 brasileiros e 4 haitianos. Subindo o morro, a vista vai ficando mais vasta, dava pra ver as montanhas ao fundo e do outro lado as planícies a caminho da praia. 20 minutos de caminahda e chegamos na entrada da gruta.


O início da descida até o primeiro salão era muito escorregadio, mas pelo menos era iluminada. Grandioso..."marciano". Após o terceiro salão, chegamos num outro com uma fenda que passava um feixe de luz, disse o guia que algumas pessoas fazem rapel, mas pareceu ser bem difícil a descida. No total foram uns 5 ambientes diferentes em quase duas horas,muito barro e suor....mas foi incrível.


A placa de entrada  dizia que antigamente a gruta foi usada em trabalhos místicos e que ela tinha cerca de 9 km, mas isso já foi desmentido. Ele tem cerca de 900m e uns 30 salões. O que se encontrou muito por lá foram pichações e muitas estalactites quebradas.


Au revoir

sábado, 25 de fevereiro de 2012


Jérémie

Jérémie é uma cidade litorânea situada no Sul do Haiti, seu acesso por terra se dá pela Route 7 ( Estrada Les Cayes-Jeremie), é a estrada que vim trabalhar, na recuperação e construção da mesma.
Durante muitos anos Jérémie ficou isolada, pois as condições da estrada era muito precária, sendo percorridos os 60km que ligam Jérémie a Camp-Perrin em 8h. Tal fato fez com que Jérémie ficasse um tanto esquecida, e imagine ser uma cidade esquecida num país já tão martirizado.

Lembro que os primeiros 5 dias no Haiti foram lá.Realmente tomei um belo choque cultural. Rotina de trabalho: Acordar ás 6h30, sair de casa às 7h, ai percorríamos 16 km , boa parte deles por uma estradinha de terra, onde me fazia ir parar na África dos anos 60 ou 70, apesar de nunca ter pisado no continente africano, mas acho que seja por ter visto tantas fotos dos meus pais, que viveram por lá quando jovens. Aí, entravamos numa estrada de terra principal, e chegávamos ao escritório base para tomar o café da manhã e começar a trabalhar.

Jérémie: Praia Central

O centro da cidade concentra a maior parte do comérico que é informal, tem uma delegacia, um banco (que por sinal abri uma conta, nessa agência, para receber meu salário),algumas vendimas, escolas. A praia do centro é um verdadeiro lixão a céu aberto, um pecado. Montanhas imensas de lixo. Uma cena interessante foi ver um garoto de uns 6 anos cagando nesta praia imunda, e junto dele, a uns 3 metros, um porco esperando o garoto terminar as suas necessidades para abocanhar o seu lanche.


Esse costume de fazer as necessidades a qualquer hora e qualquer lugar é bastante comum aqui. Não importa a idade, o sexo  e o lugar. Tal fato é um dos agravantes para a problemática do saneamento básico e de algumas doenças que são frequentes aqui.

Pena que nesses primeiros dias não tenha tirado fotos, ainda não estava com máquina fotográfica. Só viria começar a tirar fotos depois. Uma das coisas que me chamou a atenção, é a pelo modo "muito louco" que os haitianos dirigem. Motociclistas sem capacete, cheguei a ver 7 pessoas numa moto, tem os TAP-TAPs também (você encontra por todo o país), são antigos onibus escolares americanos (aqueles amarelos que vemos nos filmes americanos)que transportam de tudo, pessoas, cargas, animais vivos, Os Tap-taps são sempre bem coloridos, mas seus motoristas são animais no volante.


Tap-Tap

Sei, que há muito mais coisa pra falar de Jérémie, mas irei contando aos poucos. Quero tentar escrever mais sobre o primeiro mês até os dias de hoje, para que o blog se torne diário.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Primeiros contatos

A idéia do blog nasceu ainda no Brasil quando aceitei a proposta de trabalhar no Haiti e alguns amigos ajudaram a impulsionar tal realização. O objetivo é transmitir a experiência que estou tendo neste país através do olhar de um ser humano, sem rótulos ou títulos hierárquicos, a cultura, as condições de vida da população, o dia a dia, as cores, as belezas e tristezas desse país Caribenho, tão pouco conhecido.

Completei nesta semana 35 dias que cheguei ao Haiti. Lembro do dia 19/01/12, ainda no no avião, quando ele se aproximava do Aeroporto Internacional de Porto Príncipe, lá do alto eu tentava fazer uma primeira leitura das coisas, mas não é facil. Só mesmo quando se sai da área de desembarque, e você atravessa um imenso corredor com cobertura metálica, a dois metros de um alambrado que separa a rua. E no fim deste corredor você é assediado por dezenas de taxistas. No caso havia um motorista a minha espera, com uma placa com o nome da Empresa, logo eu que nunca imaginei passar por esta situação.
Seguimos para o escritório, não muito longe dali, mas logo na saída do aeroporto ( que se encontra em recosntrução, após os terremotos de 2010), já foi possivel ver muita miséria, motanhas de lixo nas esquinas, onde porcos dividiam espaço com cães à procura de restos de comida, algumas moradias ( pequenas barracas feitas de lona de várias entidades filantrópicas que atuam no país), um trânsito sem qualquer organização,
Seguimos para o escritório, não muito longe dali, mas logo na saída do aeroporto ( que se encontra em recosntrução, após os terremotos de 2010), já foi possivel ver muita miséria, motanhas de lixos nas esquinas, onde porcos dividiam espaço com cães à procura de restos de comida, algumas moradias (barracas de várias entidades filantrópicas) circunvizinhas, um trânsito sem qualquer organização....pronto, essas cenas se tornariam corriqueiras a partir de então.

Tive a sorte de ir para a cidade de Jérémie de avião, já que um dos diretores estava seguindo para lá.Depois de 50 minutos descemos no Aeroporto de Les Cayes, para deixar alguns equipamentos para o pessoal que fica na cidade de Camp-Perrin. Seguimos, e mais 20 minutos chegamos em Jérémie.