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sábado, 25 de fevereiro de 2012


Jérémie

Jérémie é uma cidade litorânea situada no Sul do Haiti, seu acesso por terra se dá pela Route 7 ( Estrada Les Cayes-Jeremie), é a estrada que vim trabalhar, na recuperação e construção da mesma.
Durante muitos anos Jérémie ficou isolada, pois as condições da estrada era muito precária, sendo percorridos os 60km que ligam Jérémie a Camp-Perrin em 8h. Tal fato fez com que Jérémie ficasse um tanto esquecida, e imagine ser uma cidade esquecida num país já tão martirizado.

Lembro que os primeiros 5 dias no Haiti foram lá.Realmente tomei um belo choque cultural. Rotina de trabalho: Acordar ás 6h30, sair de casa às 7h, ai percorríamos 16 km , boa parte deles por uma estradinha de terra, onde me fazia ir parar na África dos anos 60 ou 70, apesar de nunca ter pisado no continente africano, mas acho que seja por ter visto tantas fotos dos meus pais, que viveram por lá quando jovens. Aí, entravamos numa estrada de terra principal, e chegávamos ao escritório base para tomar o café da manhã e começar a trabalhar.

Jérémie: Praia Central

O centro da cidade concentra a maior parte do comérico que é informal, tem uma delegacia, um banco (que por sinal abri uma conta, nessa agência, para receber meu salário),algumas vendimas, escolas. A praia do centro é um verdadeiro lixão a céu aberto, um pecado. Montanhas imensas de lixo. Uma cena interessante foi ver um garoto de uns 6 anos cagando nesta praia imunda, e junto dele, a uns 3 metros, um porco esperando o garoto terminar as suas necessidades para abocanhar o seu lanche.


Esse costume de fazer as necessidades a qualquer hora e qualquer lugar é bastante comum aqui. Não importa a idade, o sexo  e o lugar. Tal fato é um dos agravantes para a problemática do saneamento básico e de algumas doenças que são frequentes aqui.

Pena que nesses primeiros dias não tenha tirado fotos, ainda não estava com máquina fotográfica. Só viria começar a tirar fotos depois. Uma das coisas que me chamou a atenção, é a pelo modo "muito louco" que os haitianos dirigem. Motociclistas sem capacete, cheguei a ver 7 pessoas numa moto, tem os TAP-TAPs também (você encontra por todo o país), são antigos onibus escolares americanos (aqueles amarelos que vemos nos filmes americanos)que transportam de tudo, pessoas, cargas, animais vivos, Os Tap-taps são sempre bem coloridos, mas seus motoristas são animais no volante.


Tap-Tap

Sei, que há muito mais coisa pra falar de Jérémie, mas irei contando aos poucos. Quero tentar escrever mais sobre o primeiro mês até os dias de hoje, para que o blog se torne diário.

Um comentário:

  1. fala tomatera
    imagino o choque

    e chega e ser triste um mar tao bonito e uma praia tao suja

    abraço

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